Bonner e Renata "sambaram na cara do inimigo"
Neste sábado (19), William Bonner e Renata Vasconcelos, apresentadores do Jornal Nacional trouxeram o editorial do JN destacando o momento que o Brasil passa e a postura do JN diante dos discursos e atitudes do Presidente Jair Bolsonaro em relação a pandemia da Covid 19. Veja o editorial na íntegra
“ Em agosto de 2020, quando o
Brasil ultrapassou o registro escandaloso de 100 mil mortes pela Covid, o
Jornal Nacional se manifestou sobre essa tragédia num editorial. Parecia que o
país tinha superado um limite inalcançável, 100 mil mortos. Neste sábado (19),
são 500 mil. Meio milhão de vidas brasileiras perdidas.
O sentimento é de horror e de uma
solidariedade incondicional às famílias dessas vítimas. São milhões de cidadãos
enlutados.
Hoje, é evidente que foram muitos
- e muito graves - os erros cometidos. Eles estão documentados por entrevistas,
declarações, atitudes, manifestações.
A aposta insistente e teimosa em
remédios sem eficácia, o estímulo frequente a aglomerações, a postura
negacionista e inconsequente de não usar máscaras e, o pior, a recusa em
assinar contratos para a compra de vacinas a tempo de evitar ainda mais vítimas
fatais.
No editorial que marcou as 100
mil mortes, nós dissemos que era preciso apurar de quem é a culpa. Dissemos
textualmente que esse momento chegaria.
Desde o início de maio, o Senado
está investigando responsabilidades. Haverá consequências. E a mais básica será
a de ter levado ao povo brasileiro o conhecimento sobre como e por que se
chegou até aqui.
Quando todos nós olharmos para
trás, quando nos perguntarem o que fizemos para ajudar a evitar essa tragédia,
cada um de nós terá a sua resposta. A esmagadora maioria vai poder dizer, com
honestidade e com orgulho, que fez de tudo, fez a sua parte e mais um pouco.
Nós, do Jornalismo da Globo,
estamos há um ano e meio, com base na ciência, cumprindo o nosso dever de
informar, sem meias palavras. Muitas vezes nós pagamos um preço por isso, com
incompreensões de grupos que são minoritários, mas barulhentos. Não importa.
Nós seguimos em frente, sem concessões. E seguiremos em frente, sem concessões.
Porque tudo tem vários ângulos e
todos devem ser sempre acolhidos para discussão. Mas há exceções. Quando estão
em perigo coisas tão importantes como o direito à saúde, por exemplo. Ou o
direito de viver numa democracia. Em casos assim, não há dois lados. E é esse o
norte que o Jornalismo da Globo continuará a seguir”.
Muito legal a matéria! Postura ética e correta! Exatamente disso que o país precisa.
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